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Motocross é uma das paixões dos Alagoanovences

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Alagoa Nova é a cidade mais brejeira de todos os municípios dessa região. Possui 19.686 habitantes, de acordo com o último censo, realizado em 2010. Uma área territorial de 122.000 km, seu território pertencia a Campina Grande. 

O município tem crescido assustadoramente nos últimos anos, com novas construções, aliadas a economia que também evolui. A economia do município é ligada a produção dos engenhos, em uma de suas estradas vicinais que a liga a cidade aos municípios de Areia e Alagoa Grande encontram-se os caminhos do engenho.

“É o local de acesso ao engenho novo, ao engenho Beatriz e engenho Serra Preta. Essa é a famosa rota caminhos do engenho, zona rural de Alagoa Nova”. Informou a historiadora Lúcia Aquino.

Em meio a essa rota é possível encontrar fazendas, engenhos, casarões, cana de açúcar, restaurantes, capelas e pessoas felizes. Uma delas é a dona Maria Izabel, natural de Guarabira que mora na região há 12 anos.

“Moro há doze anos por aqui e trabalho na agricultura, cuidando também dos meus animais e juro que nunca pensei em deixar de morar aqui, toda minha família é daqui”, relatou.

Alagoa Nova tem 109 anos, aniversário de emancipação politica comemorado em 05 de Agosto. Um dos eventos que mais movimenta o município é o MotoCross, quem entende do esporte diz que a pista de Alagoa Nova é uma das melhores da região para que a competição aconteça.

“A corrida em Alagoa Nova vem melhorando a cada ano que passa, o traçado está melhor, a estrutura excelente. Podemos até comparar com a de Cubati”, disse o piloto Wesley Santos.

Quem fica nas partes mais altas da cidade consegue ver a dimensão do evento, uma mistura de cores, gente bonita e muita poeira. “Essa festa atrai todos os anos muitos turistas, hoje existe uma disputa entre Alagoa Nova e Cubati. Mas, o que queremos é atrair público para que vejam espetáculos maravilhosos, conheçam e prestigiem nossa cidade”, contou o ex-prefeito Ivaldo Moraes.

Nesse período aumentam o número de turistas e ganhar dinheiro é consequência. Os moradores de pequenas casas próximas de onde o evento acontece, aproveitam para ganhar um extra. Dona Carmem Lucia espera a competição para conseguir ganhar um dinheiro a mais. “É uma festa excelente que o prefeito faz. Eu gosto, ganho meu dinheiro, no ano que essa festa não acontecer a vila morrerá”, falou a comerciante.

No dia que acontece o MotoCross, sempre no aniversário de emancipação politica de Alagoa Nova. O famoso bloco Cocoricó arrasta multidões pelas principais ruas até o parque da lagoa. O evento faz parte da festa da galinha e da rapadura, outro grande marco realizado na cidade durante os caminhos do frio.

 

 

 

Engenho olho D’água da Prata: Um dos primórdios do município de Alagoa Nova

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Muitos alagoanovences dizem que em 1678 tinha uma depressão que enchia no inverno durante as fortes chuvas e no verão ainda permanecia com água, algumas casas foram se aglomerando e assim aos poucos surgiu a cidade de Alagoa Nova, rica em belezas naturais e monumentos arquitetônicos.

Na metade do século XX o município de Alagoa Nova viu melhores dias com o apogeu da cana de açúcar e contou com vários engenhos, um deles o olho d’agua da prata, o mais próximo da cidade.

O engenho pertencente ao senhor Mário Lima, produzia bastante rapadura e aguardente e os produtos eram vendidos no próprio engenho e parte era comercializada em Campina Grande. “Nasci no Engenho Olho D’Água da Prata e vivi de menino até hoje por essas terras. Tenho agora 51 anos de vida e desses anos de vida, aqui eu trabalho tem vinte e oito anos. Nesse engenho eu passei por várias funções, trabalhei no eito ou no plantio como chama, na plantação e na colheita da cana-de-açúcar e atualmente sou o gerente”, relatou Inácio Serafim da costa, administrador do engenho.

Na época alguns trabalhadores vinham da zona urbana para trabalhar no engenho, em média tinha 150 trabalhadores, muitos viviam em casas de moradores (Residências próximas dos engenhos). Hoje, segundo Inácio o número caiu em quase 100% .

“só tem quatro famílias vivem na propriedade e acreditem apenas seis trabalhadores, que não é para cuidar da lavoura, mas do gado. E de resto só a Casa Grande, que quase nunca é habitada, serve apenas quando o dono da propriedade vem fazer visitação no engenho, e o engenho propriamente dito de fogo apagado e que só deixa saudade em quem viu um tempo de produção grande na época boa da lavoura da cana”. Disse.

O cambiteiro José Alcides do Nascimento, conhecido chuduca, trabalhou no engenho, no plantio, e também dentro da caldeira onde era feita a cachaça e a rapadura “Eu trabalhei lá durante 28 anos de minha vida, morava aqui na cidade e trabalhava todo dia, minha esposa ou a minha filha era quem levava o almoço pra eu num perder tempo, porque enquanto mais trabalhava mais podia ganhar senão não dava pra nada, era por meio de diária umas vezes e outras por meio de tarefa” relembrou emocionado.

Só concorria com a produção do engenho olho d’agua os engenhos da cidade de Areia, que também produziam cachaça e rapadura em quantidade. Vendendo inclusive para Campina Grande, Massaranduba, Esperança e região.

Hoje o engenho olho d’agua da prata não se mantem como potencial econômico, mas como potencial histórico. Para o professor e historiador Severino Martins de Morais, foram diversos fatores que contribuíram para decadência do engenho.

“A seca do Nordeste, que devastou grande parte da plantação canavieira; a política econômica federal, com limite de empréstimos e juros altos; o certo grau de consciência dos trabalhadores, Daí pode-se dizer que esse grau de consciência criou vários discursos entre o então proprietário e os trabalhadores, que pouco a pouco foi deixando o canavial e buscou novas possibilidades de trabalho em outros engenhos ou em outras localidades” comentou.

O engenho era símbolo do progresso, da agricultura canavieira, empregou muitas pessoas. A rapadura e aguardente eram os carros-chefes e contribuíam com a renda do município. 

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